terça-feira, 12 de junho de 2007

Chile

HISTÓRIA do Chile



Antes da Colônia
Antes do século XVI, o território do que hoje é o Chile foi habitado por múltiplas e diferentes raças, possivelmente de origem polinésia e asiática. Suas extensas costas viram-se povoadas por diversos grupos de pescadores de condição primitiva, como os Changos da zona norte, os Chonos que habitaram no sul de Chiloé, os Alacalufes dos canais da Patagônia Oriental e os Yaganes da região da Terra do Fogo.
Embora politicamente dependentes dos Incas do Cuzco, a maioria das culturas nativas precederam aos Incas por séculos. Nos canyions do deserto norte, os sendentários Aymaras cultivavam o milho nos vales, enquanto a maior altura colhiam batata doce e cuidavam dos rebanhos de lhams e alpacas. No interior, a pluralidade étnica foi também importante. Destacou uma cultura agrária na zona de Atacama, cujos primeiros indícios datam de 30.000 anos. Ao sul, além do rio Loa, os povoados de Atacamenho levaram um estilo de vida parecido, como o povo pescador Chango, ocupando áreas da costa desde Arica até quase o rio Choapa, ao sul da atual a Serena. Os indígenas Diaguita habitavam o interior desta última região, a qual abrangia as desembocaduras dos rios Elqui, Huasco e Copiapó.
Desde o rio Choapa até o Arquipélago de Chiloé floresceu uma civilização de língua comum que ao longo dos séculos, por novas migrações talvez procedentes do norte, e pelas variadas condições geográficas, diferenciou-se em dois núcleos principais: o primeiro e sedentário, e pelo geral aprazível, foi submetido, após a segunda metade do século XV, ao domínio político dos Incas do Peru. O segundo, pelo contrário, resguardou-se em uma fortaleza natural formada por grandes rios, bosques e serras, e resistiu com força implacável não somente à presença dos incas, mas também a posterior presença dos espanhóis, quem começaram a instalar-se em Chile desde meados do século XVI. A lei Inca apenas atingia o atual Vale Central e os sulistas bosques de Chile, onde os indígenas Araucanos (Picunche e Mapuche) resistiram ferozmente as incursões do norte. Aliás, este grupo guerreiro, mais numeroso que os outros povos nativos, jamais constituiu um estado unitário e viveu em continua briga com o resto. Recebeu o nome de Araucano dos espanhóis, popularizado por Alonso de Eercilla, quem tomou contato com eles em 1557.
Os Picunche viviam em assentamentos agrícolas permanentes, enquanto que os Mapuches, praticantes do cultivo rotativo, foram mais errantes e muito mais dificeis de dominar. Alguns grupos indígenas relacionados com os Mapuches - os Pehuenches, Huilliches e Puelches- viviam no distrito do lago sul, entanto os indígenas Cunco, pescadores e agricultores, na ilha de Chiloé e ao longo das ribeiras dos golfos de Reloncaví e Ancud. Ao sul da terra firme de Chile, numerosas pequenas povoações de indígenas subsistiam da pesca e da caça - os Chonos, Qawashqar, Tehuelches, Yamaná, e os Onas. Estes isolados povos do arquipélago durante muito tempo evitaram qualquer contato com os europeus, mas agora se extinguiram ou estão próximos da extinção. A sua hostilidade e senso de liberdade era tão grande que os descendentes dos europeus só conseguiram se estabelecer permanentemente além do rio Bio Bio.
A Conquista Espanhola
A expansão naval militar e colonizadora da Espanha, iniciada em 1492, alcançou também o Chile. Ao final de 1520, a esquadra de Fernando de Magalhães descobriu o estreito que leva seu nome e a parte sul do país. Mas foi apenas uma viagem de reconhecimento geográfico, sem nenhum propósito colonizador. Tive este propósito, embora finalmente frustrado, a expedição chefiada por Diego de Almagro desde Cuzco, em 1535.
Antes do assassinato do Pizarro em 1541, Pedro de Valdivia recebeu a missão de conquistar o Chile. Após algumas dificuldades, Valdivia realizou o fracassado plano de Almagro. Partiu de Cuzco como tenente governador do Pizarro e realizou uma esforçada caminhada pelo Deserto de Atacama até alcançar o Vale de Copiapó. Depois de 11 meses acampou no Vale do Mapocho, aonde fundou Santiago, o 12 fde fevereiro de 1541. Ali, como primeira medida, constituiu-se um Cabildo para a adequada administração do novo povoado. Seis meses depois seu exército foi aumentado a 500 homens com assistência e reforços do Peru. Enquanto isso fundaram as cidades de a Serena e Valparaíso. Valdivia também avançou para o sul, fundando Concepción, Valdivia e Villarica. Apesar de sua morte na batalha de Tucapel em 1553, às mãos das forças Mapuches dirigidas pelos famosos caciques Caupolicán e Lautaro, Valdivia foi quem realizou o trabalho para fundar uma nova sociedade, assentando os elementos essenciais da futura cultura chilena.
Revolução e Independência
Após a crise do regime colonial, o 18 de setembro de 1810 formou-se a Primeira Junta de Governo, que marcou o começo da emancipação. Este processo afiançou-se em 1818, quando assumiu o comando do país o general Bernardo O´Higgins e emitiu-se a Declaração da Independência. O´Higgins foi obrigado a renunciar no ano de 1823.
Depois de ensaiar diversos sistemas constitucionais, o país logrou organizar-se como república, incorporar regiões ainda não ocupadas e avanzar em seu desenvolvimento: a economia agrária muda a uma capitalista, baseada na grande exploração da mineração, o comércio e a banca.
Durante a segunda mitade do século XIX, o país alcançou uma prosperidade extraordinária que situou-o entre os primeros da América Latina. Após a Guerra do Pacifico com o Peru e a Bolívia (1879-1883), o país estendeu seu território para o norte e ganhou as riquezas do salitre e o cobre. As idéias da Europa e a ética liberal selaram a transformação social. A segunda revolução de 1891 significou o triunfo da tendência liberal e do parlamentarismo, e fechou este período.
O Século XX
Os avanços obtidos ficaram freados nas primeiras décadas do novo século, no meio de aguda crise social, moral e política. Os fatos conduziram a importantes mudanças políticas de inspiração democrática, que afetaram o domínio oligárquico e abriram caminho à manifestação pública da classe média e o proletariado.
Em 1925 uma nova Constituição restituiu o poder ao presidente e estabeleceu a separação da igreja e o estado. Após curto período de anarquia, restabeleceu-se o ordem constitucional e os governos seguiram-se democraticamente: entre 1946 e 1970, os de Gabriel González Videla, Carlos Ibañez, Jorge Alessandri e Eduardo Frei Montalva.
Implementou-se uma maior intervenção estadual na economia e impulsionou-se um processo de industrialização destinado á substituir as importações. Consolidou-se o movimento sindical e a classe média alcançou grande influência. A difusão da educação elevou a cultura e preparação dos habitantes. As artes adquiriram uma notável atividade.
Após o termo do mandato do presidente Frei Montalva, em 1970, assumiu a presidência Salvador Allende, quem chefiou uma coalizão política da esquerda e iniciou a chamada "via chilena ao socialismo". Muito cedo a polarização política amenizou a convivência democrática e o ordem institucional.
O 11 de setembro de 1973, as forças armadas deram um golpe de estado e derrotaram o presidente Allende. Iniciou-se um governo autoritário, chefiado pelo general Augusto Pinochet, e com isso a mais longa interrupção democrática da história do país.
O modelo econômico do livre mercado implantado provocou uma mudança profunda na estrutura econômica do país, particularmente no setor exportador, elevando a competitividade internacional da economia. E, 1981 começou a reagir uma nova Constituição política.
Em outubro de 1988, mediante plebiscito,. Os cidadãos rejeitaram a prolongação do regime do general Augusto Pinochet, dando passo à transição à democracia. Nas eleições presidenciais de 1989 triunfou amplamente Patricio Aylwin, candidato da opositora Concertação de Partidos pela Democracia.
O 11 de março de 1990 assumiu o mando o presidente Aylwin e restituiu-se o regime democrático. O modelo econômico incorporou fortemente a variável social: o crescimento com equidade. Nas últimas eleições do 11 de dezembro de 1993, foi elegido presidente da república Eduardo Frei Ruiz Tagle, com o 57,9 % dos votos. Assumiu o comando o 11 de março de 1994.
Hoje a atua presidente é Michelle Bachelet.

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