O Chile possui relações comerciais com os seguintes países:
- EUA;
- China;
- Brasil;
- Bolívia;
- Peru, etc.
CHILE - ARTE E CULTURA
A Arte na época Pré-hispánica
Dentro do periodo do Paleolítico Americano, os achados em Chile são ainda escassos, mas prometentes e vaiosos. A região chilena de maior interesse arqueológico é, sem lugar às dúvidas, a de Atacama, ao norte do país. Uma região com forte influência da cultura Tiahuanaco e com profundas raízes incas na arquitetura e cerâmica. O norte do Chile está considerado como uma área de civilização, desenvolvida por atacamenhos e diaguitas.
A presença inca nas artes e cultura popular é explicada facilmente levando em conta que a região que vai desde o norte do Chile até o Bio-Bio foi porvíncia do poderoso Império Inca. Aliás, ao sul deste território também extende-se a influência cultural dos incas entre os diversos e guerreiros povos araucanos, que elaboraram uma cerâmica própria algo tôsca e sem excessivo decoro, porém de grande beleza. Estes povoadores moravam em choças de madeira de planta circular e cobertas de palha, para resguardar-se do tempo. Suas talhas em madeira não são de grande elaboração, segundo as mostras dos restos históricos, entre as que figuram machados de mando, bastões e outros úteis domésticos.
A estratigrafia da região atacamenha chilena é bastante completa e pode-se ler nela o decorrer da história. Segundo esta leitura pderiamos distinguir um primer periodo do século V até o IX, aproximadamente, de construções líticas muradas, chamadas pucaras. Este tipo de edificações, que aparece geralmente nos cerros elevados, consiste em pedras colocadas umas acima das outras segundo a técnica pirca, quer dizer, uma técnica sofisticada de construção que não requer de massa. Estas construões líticas formaram povoados, cujos restos popem ser vistos em Catarpe, San Pedro de Atacama, Turi, Zapar, e outros. Nelas se acharam pás e bastões de madeira, enxadas de pedra e moinhos manuais. Como boms guerreiros, usavam arcos até de um metro de longitude com cordas de tendões. As pontas de frechas eram de madeira, de pedra ou de ossos de animais. Também, possuiam escudos elaborados em couro e cascos trabalhados em madeira e algodão. Alñém disso, naquila época conservam-se ponchos de lã de vicunha ou de lhama, com desenhos coloridos.
A cerâmica, além dos abundantes e úteis pucos (tigelas), está representada por delicadas vasilhas, jarras em forma de balões, cântaros e xícaras. A figura humana, embora seja representa de forma algo rígida em diversas cores, é de uma abtração e modernidade assombrosa, pelo fantasmagôrico da reprodução e por captar rasgos essenciais da raça e as emoções humanas
Em um segundo período, entre os séculos IX e XIII, a cerâmica é de uma côr preta, com desenhos geométricos, sobretudo dos grupos diaguitas. Esta cerámica com motivos decorados em preto sobre fundo vermelho denominou-se draconiana, devido a que costuma representar estilizados animales felinos, como dragões.
No terceiro período, entre os séculos XIV e XVI, periodo de claro domínio incaico, situam-se os restos de metalurgia e cestaria mais conservados, assim como os petroglifos, desenhos em piedra que ainda assombram pela originalidade e crú priomitivismo. No Vale de Azapa - perto de Arica - e no Vale de Luta, pode-se distinguir ainda este grandes desenhos nas ladeiras dos cerros. No Museu de História Natural de Santiago do Chile pode-se contempar valiosas mostras deste período artístico.
A Arte na época Colonial
Como é bem sabido, este extremo de Hispano América apresentou enormes dificuldades para o assentamento da cultura espanhola. Uma geografia áspera e imensa, que albergaba aos indígenas mais bravos de América, fez com que fosse una região tremendamente dificil de dominar. Embora o domínio dos indígenass foi uma tarefa cumprida e penosa, finalmente no século XVII, com a paz, iniciou-se uma etapa de reconstrução das cidades abandonadas e a fundação de outras novas, que abriu a possibilidade para que a arquitetura e as outras artes se manifestassem com certo decoro e dignidade.
O barroco hispânico conservou em Chile as plantas inertes de forma oitogonal, com algumas célebres excepções desta norma general, pois houve também tentativas de búsquedas espaciais novedosas, e assim alguns documentos falam-nos de igrejas de planta central ou oitavada.
Os planos conservados no Arquivo de Índias são testemunhas que a arquitetura limenha tive enorme influxo em Chile, o qual é confirmado com um surpreendentemente bem conservado desenho da fachada da Catedral da Conceição.
Dentro desta corrente destaca a torre do Convento de Carmelitas de a Cañadilla, de Santiago (1773). Os primorosos balcões mudéjares, que tanto caráter deram à arquitetura limenha, também, foram imitados no Chile hispânico.
Às influências imediatas vieram sumar-se outras longuíquas, procedentes de Baviera, especialmente nas artes menores e até na arquitectura, como manifestou a desaparecida igreja da Companhia de Santiago. Talvez a aportação chilena mais original da época foi a produzida na arquitetura doméstica, até o ponto desta escola popular constituir-se como uma das mais variadas da América, a pesar das formas simples em base a volumes elementais conseguidos com o uso oportuno e realista de materiais próprios da região.
Os monumentos coloniales de maior interesse encontram-se nas províncias de Atacama, Tarapacá e Antofagasta, onde tem numeorsas capelas. Uma das caraterísticas mais sobressalentes destas pequenas igrejas é a torre do campanário, fica em geral, isolada do resto da igreja, algumas vezes a certa distância.
Além desta arquitetura popular desenvolveu-se, na seguda mitade so século XVIII, uma corrente acadêmica iniciada pelos engenheros militares. Deu-se o caso parradójico que Chile, tão escasso de tradição frente a outros países, passará de repente à cabeça do movimento neo-clássico, sincronizando-se quase com a metrópoli. Devido ao escasso auge que o barroco teve em Chile, o neo-classicismo prevaleceu sem que o estilo precedente mostrara maior resistência. A imposiçao do novo estilo está ligada à arrolhadora figura de Joaquim Toesca, 1745-99. Que tem na Casa Real da Moeda sua obra mais representativa.
Séculos XIX e XX
No século XIX trabalha em Chile o escultor francês Augusto François, professor da
Academia de Belas Artes e mestre de Nicanor Plaza. Em pintura destaca Raimundo Monvoisin, fundador em 1824 de una academia de pintura em Valparaíso.
No século XX é quando a arte chilena alcança um maior esplendor. A arquitetura está representada por Claudio Ferrari Peña, cujo trabalho é dirigido ao urbanismo. A primeira figura de interesse dentro do campo da pintura e a do Onofre Jarpa. No ano do seu nascimento cria-se no Chile a Academia Oficial de Piontura, aonde formaram-se artistas como Pedro Lira e Ernesto Molina.
Coincidendo com a estadia em Chile de Francisco Alvarez de Sotomayor, como diretor da Academia Oficial de Pintura, da-se a conhecer a chamada
Coincidendo com a estancia em Chile de Francisco Alvarez de Sotomayor, como Geração de 1913, a maior parte de paisgistas e retratistas.
O grupo Dos Independientes contrasta com O anterior pelo carácter inovador, preparando assim o caminjo ao Grupo Montparnasse, de formação parisina. Esta onda de renovação artística provocou a supressão da Academia Oficial (1929) e sua substitução pela noba Faculdade de Belas Artes (1930), muito mis vanguardista.
A máxima figura da pintura chilena do século XX é Roberto Antonio Matta Echaurren. A sua personalidade foi decisiva para a evolução vanguardista e abriu caminho às novas gerações de pintores jovens.
Música
Dentro de sua rica gama, a música do Chile não oferece um acento tipológico. De um centenar de compositores destacam Soro, H. Allende e G. Becerra e só Allende que tenta o filão nativista.
No ano de 1600 tem autos sacramentales, gozos e estribillos, gerando farsas, romances e música popular profana. Em 1707 chegam claves e música familiar, enquanto que na metade do século frailes forasteiros divulgam diversas obras. A começos do século XIX tem em todo o país arpas, guitarras, claves, pianos, violinos, violoncelos, instrumentos de vento e percussão. Dois músicos de extração popular, o violinista Robles e o claniretista Zapiola, compositores, junto à Isadora Zagers, espanhola destra no canto rossiniano e instrumentos, criam uma Sociedade Filarmônica (1827), antesala da ópera. Chile passa a ser o empório lírico americano, tendo esta fazanha duas consequências: o Conservatório Nacional de Música (1849) e o Teatro Municipal (1857).
O rico véu étnico-austral, como as expressões do agro central e mineiras do norte, formam um conjunto pitoresco somente circunstancial. Bardos populares (Pérez Freire, Molinare, Violeta Parra), são acolhidos com reserva. A "canção protesta" (Alarcón, Jara, Manns) abre-se caminho.
Literatura
A literatura chilena, que originalmente orientou-se à história e posteriormente fez-se fecunda em romancistas e poetas, carateriza-se pela sobriedade, o desprezo do excesso histórico, a sua parquedde na expressão e forma do linguagem. Andrés Bello, pai das letras chilenas, ensinou a Chile a ler, pensar e escrever com um rigos e medida acordes com o temple moderado, tanquilo e austero da alma nacional.
Pode se dizer que, em contraste com outros, o castelhano usado em Chile caraterizou-se por ser simples e sem aparato, limpo e desconfiado da inovação imediata. Este mesmo rigor permitiu ao Chile criar uma litertura homogênea que cultiva todos os gêneros, regularizada por aportar ao idioma castelhano, sobretudo no domínio da palabra poética, três influxos renovadores: Vicente Huidobro, Gabriela Mistral e Pablo Neruda,
Gabriela Mistral traz à poesia castelhana una primeira voz cósmica. Sai do labirinto interior para enfrentar Deus e as forças naturais e sobrenaturais. Um mar de protesta, um clamor de queixas às vezes enfadada, outras simples e humildes, penetram linguagem e as metáforas. Da protesta palpitante em Desolação, passa Gabriela Mistral à resignação de Tala para entrar na renuncia quase monástica de Lagar. Todo este tránsito espiritual vem acusado nas variaciones do estilo, que cada vez repele mais a opulência e a alta orquestração para refugiar-se na nudez quase linhal. Em 1945 recebeu o primeiro Prémio Nobel concedido a un escritor latino americano.
Imediatamente depois da Primeira Guerra Mundial, a poesia europeia sente as sacudidas do dadaísmo, o surrealismo e o cubismo, aos que somam-se o criacionismo e o ultraísmo espanhol. A renovação da poesia de fala castelhana experimenta dois influxos nitidamente chilenos: primeiro, o de Vicente Huidobro, depois o de Pablo Neruda.
Huidobro rompe com todo o externo e arrasa com todos os padrões lógicos até então aparentemente acatados. A inspiração fica em liberdade, as palavras emancipam-se e o inconsciente ordena o novo mundo expressivo. Uma profunda angustia, uma sensibilidade sobressaltada e maravilhada tremem sob o acrobático de Huidobro, que irá mostrar su alta capacidade criadora em seus versos "Altazor" e seu arrebatado dinamismo lírico e evocador em "Mio Cid Campeador".
Neruda, que transpassa cedo a fronteira romântica ye doente de "Crepusculário" e "Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada", abre a porta ao surrealismo. A acumulação caótica, a superposição de temas em um amontoamento e um desorden ferventes, o acento desencantado de quem assiste a destrução de un mundo interno e externo, conferem uma nota dramática a seus poemas. "Residência na terra" (1925-35) é a preferência pelo terreste e telúrico, não desde a oposição de uma conciência mas desde a identidade com o inconsciente vegetal e mineral. Posteriormente, Neruda emerge a uma poesia na que aos poucos perfilam-se temas de projeção objetiva e histórica. A grandeza de "Alturas de Machu Picchu", em seu "Canto Geral", e as Odas serenas e quase burguesas dos últimos anos, revelam no primeiro caso o despertar de uma poesia humanizada e solidária, e as segundas a imersão conformista em um ambiente onde os cinco sentidos enchem todo o horizonte vital. Pablo Neruda recebeu o Prémio Nobel em 1971.
Na atualidade o romance dispersa-se em numerosas correntes. Destaca José Donoso, quem ensaia conflitos de real fondura psicológica em "Coroação" e "Este Domingo", mostra uma desconcertante faceta em "O lugar sem Limites", que com fria e apaixonada curiosidade remove os fundos mais turvos del ser humano, na linguagem direta e alucinadora do realismo, que rompe com todos os tabúes e convenções. Jorge Edwards, é outro nome indispensável em qualquer antologia, não apenas da literatura chilena, mas da literatura hispano-americana. Severo, de rigurosa conciência criadora, analiza a paulatina descomposição da sociedade burguesa e tende, por exigência de um espírito sóbrio e preciso, a um romance que as vezes beira o objetalismo. Entre osa contos de "Gente da Cidade", "O Peso da Noite" e "As Máscaras", seu rigor formal ganha em fondura, transformando-se por uma inflexível conciência crítica. Finalmente, é de ressaltar a figura de Isabel Allende quem, nos últimos anos, ganhou a fama explorando o filão revelado por Garcia Márquez. Romances como "Eva Luna", "A Casa dos Espíritus" e "Do amor e da Sombra" - de Isabel Allende- tiveram grande sucesso em livrarias e também no cinema.
Isabel Allende, grande escritora chilena. Era sobrinha de Salvador Allende (presidente deposto pelo golpe militar de 1973).